O que é sarcoma e quais são os tipos mais comuns?
Postado em: 10/04/2023
Sarcoma é um tipo de câncer que se origina nos tecidos moles do corpo, incluindo músculos, ossos, gordura, cartilagens, tendões, tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. Embora seja relativamente raro, o sarcoma é uma doença agressiva e pode se espalhar rapidamente para outras partes do corpo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem mais de 50 tipos de sarcomas de partes moles, cada um com características únicas e necessidades de tratamento específicas. Atingem crianças e adultos e podem surgir em qualquer parte do organismo, mas 60% dos casos ocorrem nos braços e nas pernas. Os dois tipos mais comuns de sarcoma são o ósseo e o de partes moles.
Como os sarcomas podem surgir em qualquer parte do corpo, os sintomas variam conforme a localização da lesão e das estruturas vizinhas afetadas.
Os sintomas de sarcomas de partes moles variam de pessoa para pessoa e não costumam se manifestar nos estágios iniciais da doença. Por isso, apenas metade dos sarcomas desse tipo é diagnosticada precocemente. Eles variam de acordo com a parte do corpo em que se desenvolvem, como nódulo ou massa (que pode ou não provocar dor) em qualquer parte do corpo, inchaço, limitação de movimento e alteração da sensibilidade na região afetada.
Fatores de risco
O sarcoma é, como a maioria dos cânceres, multifatorial. Isso quer dizer que não existe uma causa única para o surgimento da doença, que pode variar de pessoa para pessoa e de acordo com o local onde o tumor se origina.
Entretanto, há condições observadas em grande parte dos casos, que podem ser consideradas fatores de risco para o tumor:
- Exposição excessiva à radiação ionizante;
- Presença de síndromes hereditárias;
- Danos no sistema linfático;
- Vírus SKHV (no caso do sarcoma de Karposi);
- Condições imunossupressoras, como contaminação por HIV ou transplante de órgãos.
Quais são os principais tipos
Existem várias modalidades da doença. Dentre os de partes moles, os mais frequentes são os lipossarcomas (que se originam em células de gordura) e os sinoviossarcomas.
E, no grupo dos sarcomas ósseos, chamam especialmente a atenção os condrossarcomas e os osteossarcomas. Esse último, aliás, é o câncer infantojuvenil mais comum no Brasil.
Além disso, alguns aparecem mais em determinadas faixas etárias. Os osteossarcomas, por exemplo, são mais frequentes em pacientes pediátricos. Os condrossarcomas, por outro lado, acometem mais os adultos.
De forma geral, não há uma diferença evidente na incidência de homens e mulheres.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir da suspeita clínica e confirmado por meio de uma biópsia, que pode ser realizada por aspiração do material cancerígeno, com a utilização de uma agulha, ou cirurgia aberta. Para definir a forma mais adequada para extrair o material, seu médico solicitará exames de imagem, principalmente ressonância magnética e tomografia computadorizada.
Se o diagnóstico for positivo, os resultados desses exames serão usados para definir o estágio da doença (esse processo é chamado de estadiamento) e planejar o tratamento. Os médicos se baseiam nas seguintes características para definir a melhor conduta em cada caso:
- Tamanho do tumor primário e sua posição em relação à fáscia muscular, tecido fibroso que envolve os músculos, separando-os da gordura.
- Grau de malignidade histológica, que indica a capacidade e o ritmo de crescimento do tumor. Os tumores de baixo grau são menos agressivos e apresentam menor risco de afetar outras partes do organismo (metástases). Os de alto grau são mais agressivos e com maior risco de metástases.
- Presença de metástases linfonodais, ou seja, quando a doença já afetou os linfonodos (gânglios linfáticos). Os linfonodos são parte do nosso sistema linfático, responsável pela produção de anticorpos e proteção do nosso organismo. Contudo, metástases do gênero são raras.
- Metástases a distância, ou seja, quando o tumor já se disseminou para outros órgãos. Nesta fase, o órgão comumente mais atingido pela maioria dos sarcomas é o pulmão.
Tratamento
Nos tumores primários, o tratamento de base é a cirurgia para remoção total da lesão e de uma margem de tecido saudável ao seu redor. A extração segura dessa margem é estratégica, uma vez que ela impede que o câncer volte a crescer a partir de células residuais existentes nessas áreas vizinhas. Procedimentos cirúrgicos também podem ter papel curativo em alguns casos de metástase pulmonar.
Depois da cirurgia, os médicos geralmente indicam a realização de radioterapia, que ajuda a reduzir o risco de o tumor voltar a crescer no local operado (recidiva local). Tumores grandes, com alto grau de malignidade e que têm contato com partes nobres do corpo têm maior risco de recidiva local.
Quando o câncer já atingiu outras partes do corpo (metástase), o tratamento tem como objetivo controlar a doença e evitar os sintomas relacionados ao tumor. Nesses casos, o médico poderá indicar a realização de quimioterapia e, para alguns subtipos de sarcoma, a utilização de medicamentos dirigidos a alvos moleculares da célula tumoral (terapia-alvo).
Agende sua consulta e faça uma avaliação completa com o Dr. André Ferrari, especialista em Traumatologia e Oncologia Ortopédica há mais de 10 anos!
Leia também: