Como os cuidados paliativos podem ajudar pacientes com sarcoma?
Postado em: 15/05/2023
Sarcoma é um grupo de tumores malignos que atinge os ossos e, na maioria dos casos, as chamadas partes moles (músculos, células de gordura, cartilagens, tendões e nervos periféricos).
Os sarcomas são raros, representando 1% de todos os eventos de câncer do adulto, porém, na infância, correspondem a 7%. Aproximadamente 75% dos casos ocorrem nas pernas ou nos braços.
Geralmente o sarcoma aparece como uma massa ou nódulo indolor, com aumento de tamanho ocorrendo de forma relativamente rápida, e está comumente associado à história de trauma prévio. Atinge pessoas de qualquer idade, mas os nódulos na criança devem ser vistos com maior atenção que no adulto.
Sintomas ocorrem quando as lesões comprimem estruturas vitais. Por isso, às vezes pequenas lesões nas mãos podem apresentar sintomas, enquanto grandes lesões na coxa podem ser assintomáticas. Cerca de 20 a 25% apresentam-se com metástases à primeira consulta, principalmente para pulmões, seguindo-se para os ossos e fígado.
Quando o câncer já atingiu outras partes do corpo (metástase), o tratamento tem como objetivo controlar a doença e evitar os sintomas relacionados ao tumor. Nesses casos, o médico poderá indicar a realização de quimioterapia e, para alguns subtipos de sarcoma, a utilização de terapia-alvo.
Quando se trata de pacientes com sarcoma, os cuidados paliativos são fundamentais para garantir o bem-estar e o conforto do paciente, principalmente em estágios avançados da doença.
O que é cuidado paliativo
Cuidados paliativos são um tipo de tratamento médico pensado para pacientes oncológicos, mas que servem e são usados para qualquer doença incurável progressiva, como esclerose múltipla, insuficiência cardíaca e outras. E o ideal é que não sejam instituídos numa fase terminal, e sim numa fase precoce, para uma maior qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
Os tratamentos podem incluir medicamentos, terapia nutricional, fisioterapia e técnicas de relaxamento, acompanhamento psicológico e ainda aconselhamento emocional e espiritual. Na prática, os cuidados aliviam sintomas como náusea, dor, fadiga, além de ajudar a controlar o estresse do câncer e a lidar com o lado emocional da doença. Isso inclui uma equipe multidisciplinar, com médico, enfermeiro, assistente social, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeutas ocupacionais, farmacêutico e dentista, por exemplo.
Há inclusive uma especialidade médica: o médico paliativista trata não a doença, mas o doente. Ele busca ferramentas para garantir o bem-estar do paciente, e se apoia em quatro pilares:
Físico: os sintomas físicos são tratados através de medicamentos contra dor, náuseas, cansaço, insônia, diarreia ou constipação e outros efeitos colaterais da doença e de seu tratamento. Alimentação, fisioterapia, atividade física e terapias alternativas também fazem parte: tudo o que garanta qualidade de vida ao paciente;
Psicológico: pacientes com doenças crônicas, graves ou incuráveis podem sofrer com depressão, ansiedade e outras questões de saúde mental, e são necessários apoio de psicólogo e, em alguns casos, medicamentoso;
Espiritual: há discussões sobre propósito da vida, sobre a morte e orientação e apoio religiosos, incluindo a presença, quando necessária, de um capelão ou representante religioso;
Social: apoio para quem não tem recursos financeiros ou pessoas que possam cuidar delas no dia a dia.
O tratamento oncológico prolonga a vida e o paliativo a melhora, devendo, por isso, andar juntos.
Benefícios dos cuidados paliativos
As pessoas que recebem cuidados paliativos têm menos dor, depressão, náusea e falta de ar, passam menos tempo em terapia intensiva e são menos propensos a voltar ao hospital.
A indicação de tratamentos paliativos vem crescendo no mundo todo e vários estudos apontam que quem conta com esses cuidados têm uma jornada mais tranquila.
Prova disso é que a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) recomenda que todos os pacientes com diagnóstico de câncer avançado sejam encaminhados para uma equipe de cuidados paliativos em até oito semanas após o diagnóstico.
Entre em contato com o ortopedista oncológico Dr. André Ferrari e sua para saber mais sobre como os cuidados paliativos podem ajudar você ou um ente querido a ter uma melhor qualidade de vida durante o tratamento do câncer ósseo. Agende sua consulta!
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